Dia Nacional da Vacinação

Mauricio Scopel Hoffmann

Hoje, quinta-feira (17), é celebrado o Dia Nacional da Vacinação. Tem como objetivo destacar o papel crucial das vacinas na saúde pública global. Estima-se que as vacinas evitem a morte de 2 a 3 milhões de pessoas por ano no mundo, especialmente entre crianças. 


Apenas em relação à poliomielite, que antes causava paralisia e morte em milhares de crianças, a vacinação reduziu os casos em mais de 99% desde 1988. Varíola foi erradicada em 1977. O sarampo, uma doença que costumava causar mais de 2 milhões de mortes por ano, a vacinação reduziu esse número para menos de 140 mil no mundo em 2020.


O impacto das vacinas também é visível no aumento da longevidade humana

Antes da introdução da vacinação em massa, a expectativa de vida média era de cerca de 40 anos no século XIX. Hoje, com a erradicação ou controle de várias doenças infecciosas, a expectativa de vida global aumentou para mais de 70 anos, associado a estratégias sanitárias e melhores condições de alimentação. Esse incremento pode ser diretamente atribuído, em parte, a vacinação. 


No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece gratuitamente vacinas que protegem contra mais de 20 doenças, incluindo tuberculose, tétano, febre amarela, hepatite B, HPV, entre outras. Somente a vacina contra a gripe (influenza), oferecida anualmente, previne cerca de 80 mil internações e salva aproximadamente 5 mil vidas por ano. A vacinação coletiva não só protege quem é vacinado, mas também reduz a transmissão de doenças na população, salvando milhões de vidas a cada ano. 


Por que interpretamos de forma equivocada os efeitos da vacinação?

Imagine que, entre 1.000 crianças, 950 são vacinadas contra uma doença perigosa, enquanto 50 não são. Das 950 vacinadas, apenas 10 crianças apresentam uma reação à vacina e, infelizmente, 1 delas morre. Por outro lado, entre as 50 crianças não vacinadas, 10 pegam a doença e, destas, 2 morrem. 


Quando olhamos para os números, pode parecer que a vacina está causando mortes, já que uma criança morreu por causa dela. No entanto, se nenhuma das 1.000 crianças fossem vacinadas, até 200 poderiam pegar a doença, e cerca de 40 poderiam morrer. Esse exemplo mostra como o “viés de sobrevivência” pode nos fazer focar nas reações adversas causadas pela vacina e ignorar as muitas vidas que ela salvou. É importante entender que vacinas cientificamente testadas evitam doenças graves e mortes e é uma das maiores conquistas da humanidade.


Dia do Médico 

O Dia do Médico será celebrado na sexta (18). No Brasil, além de reconhecermos os avanços da medicina, muitas vezes impulsionados por pesquisadores de diversas áreas, é essencial refletir sobre os desafios na formação médica. Embora tenhamos feito grandes progressos, a constante atualização e o fortalecimento da medicina baseada em evidências continuam sendo cruciais, especialmente diante do surgimento de novos cursos de graduação pelo país. 


Médicos formados há mais tempo também necessitam de atualização contínua, uma vez que, após seis anos, estima-se que metade do conhecimento aprendido na faculdade já tenha sido renovado por novas evidências científicas. Este dia também é uma oportunidade de parabenizar os médicos, assim como reconhecer os cientistas que impulsionam os avanços da medicina, permitindo aos médicos aplicarem o melhor conhecimento possível para curar, tratar e aliviar o sofrimento das pessoas.

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